Muitas
fundações ou ONGs internacionais que tradicionalmente apoiavam financeiramente
organizações locais estão deixando de operar no País ou diminuindo
significativamente seus portfolios de projetos. Isto se dá entre outras razões
porque existe o entendimento de que os recursos que seriam usados no Brasil
poderiam ter maior impacto em países passando por situações financeiras mais
precárias e com maiores níveis de pobreza ou urgências humanitárias.
Uma
pesquisa feita pela Articulação D3 em parceria com a Fundação Getúlio Vargas
mostra que no período de cinco anos entre 2005 e 2009, o Brasil recebeu US$
1,48 bilhão da cooperação internacional para o desenvolvimento, enquanto doou
US$ 1,88 bilhão. Isto exemplifica a mudança do papel internacional do país, que
tem impacto direto nos recursos que tradicionalmente iam para organizações não
governamentais brasileiras.
O
problema de fundo para as ONGs fica sendo, então, o de buscar formas inovadoras
de mobilização e captação de recursos. Precisam, inclusive, enfrentar o desafio
de aumentar os níveis de doações recorrentes feitas por indivíduos, o que está
longe de ser uma tradição no Brasil, com exceção das doações a entidades
religiosas ou organizações caritativas mais tradicionais.
Recentemente
foi lançado o OnGood,
uma plataforma que promete ajudar as ONGs brasileiras a estabelecer canais
diretos com doadores potenciais tanto no País, como no exterior. O serviço
inclui um pacote de novos domínios internacionais de internet (.ngo e .ong) e
traz ferramentas para ajudar as organizações a aumentar sua visibilidade. O
objetivo é apoiá-las em seus processos de captação de recursos servir de ponte
para ampliar conexões com outras organizações, em diversas localidades do
mundo.
A
plataforma OnGood foi lançada pela Public
Interest Registry (PIR), que é uma organização sem fins lucrativos
encarregada de operar os domínios .ORG, .NGO e .ONG. Para se ter uma ideia, o
domínio .ORG é o terceiro maior do mundo, com mais de 10 milhões de nomes
registrados. Como parte de sua missão, a PIR desenvolve uma série de ações para
ajudar a comunidade de organizações sem fins lucrativos a usar a Internet de
forma mais eficaz. Lidera, também, as discussões técnicas e políticas
relacionadas ao sistema de nomeação de domínio.
O
serviço está disponível em cinco idiomas, incluindo o português. O processo de
adesão passa necessariamente por obter um domínio .ONG ou .NGO. Estes são
domínios internacionais que podem ser obtidos online por meio de diversos
provedores filiados ao sistema.
Exemplo
de página de perfil que as ONGs podem criar na plataforma
Depois de obter o domínio, a ONG precisa pedir a filiação à plataforma e mostrar que atende aos critérios de filiação: atuação pelo interesse público, prova de que é sem fins lucrativos, influência limitada de governos, independência política, atividade comprovada, existência de estruturas formais e respeito à legislação.
Dave
Stewart, vice-presidente de Marketing e Vendas da PIR, explica que estes
critérios não são gratuitos e visam garantir tanto aos membros da plataforma,
como aos possíveis apoiadores, que as organizações são independentes, existem
de fato e cumprem com seus objetivos institucionais.
"No
processo de criação do OnGood fizemos uma ampla consulta em diversos países pra
entender o que as organizações esperavam e buscam. Falamos com mais de 16 mil
organizações em mais de 40 países para tentar capturar de forma abrangente as
demandas existentes", diz.
Uma
vez que a organização entra para a Plataforma, ela ganha um perfil específico
cujo conteúdo pode manejar da forma que achar mais adequada. Isto inclui a
possibilidade de postar vídeos, textos e informações atualizadas sobre sua
atuação. O perfil inclui também a possibilidade de a organização receber
diretamente doações online. "Todo o dinheiro doado vai direto para a
organização, já que a OnGood não tem fins lucrativos", explica Dave
Stewart.
Ele
lembra que a possibilidade de ter um perfil online que as organizações podem
usar para se apresentar à comunidade nacional e internacional é muito útil.
"Na nossa experiência percebemos que muitas organizações não tem presença
online porque não contam com os recursos necessários sequer para ter um website".
No
momento existem poucas organizações brasileiras filiadas à plataforma, mas a
expectativa é que a adesão aumente na medida em que o serviço fique mais
conhecido.
"Estamos
estabelecendo parcerias com registradores de domínio brasileiros e também com
potenciais parceiros para divulgar mais o serviço no Brasil. O lançamento da
versão em português foi uma decisão estratégica para ampliar o acesso das
organizações brasileiras a esta plataforma gratuita e inovadora. Como o serviço
está ainda no início, todo feedback é bem-vindo."
Fonte:
https://www.linkedin.com/pulse/novo-servi%C3%A7o-promete-aumentar-visibilidade-das-ongs-renato
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