O Terceiro Setor, que compreende as Organizações sem fins econômicos é carente de dados sobre de sua autuação e abrangência, e com relação aos números das doações no Brasil os dados são ainda mais escassos.
Mas nem tudo está perdido o GIFE (Grupo de Institutos Fundações e Empresas) que
também é uma organização sem fins lucrativo e referência em nosso país em
investimento social privado, realizou o Censo GIFE 2016, que teve a participação de 90% de sua base associativa no
momento da pesquisa, contemplando 116 organizações respondentes que retrata as principais características
tendências na prática dos maiores investidores sociais privados brasileiros.
Ainda que não tenha
sido contemplado o universo total de investidores sociais brasileiros, o Censo
GIFE abarca uma quantidade expressiva dessas entidades e tem alcançado nas
últimas edições uma amostra mais representativa do universo dos seus
associados, permitindo construir uma melhor compreensão desse campo.
Em um excelente artigo as doutoras Mariana Levy Piza Fontes Aline Viotto, com base no Censo GIFE, nos trazem
relevantes informações e dados os quais passamos a compartilhar com o
leitor.
Como advogado atuante junto as Organizações sem fins econômicos concordo
com as colegas quando assim afirmam:
“Ao
contrário, nas últimas décadas, as organizações têm experimentado ameaças à
sua sustentabilidade. Essas ameaças decorrem, ao mesmo tempo, da baixa
capacidade de geração de recursos próprios e da fragilidade dos mecanismos de
financiamento existentes”.
“Esse
contexto é particularmente impactado pela redução dos financiamentos
internacionais, pela escassez de recursos privados e pela dificuldade de acesso
e burocratização dos recursos públicos, que são voltados, sobretudo, à
prestação de serviços e não ao desenvolvimento institucional nem ao
fortalecimento da autonomia das organizações”.
A principal fonte de recursos
de financiamento da ONGs (OSCs), são os recursos privado, sendo apresentado que
conforme o Censo GIFE a procedência dos recursos são:
- · Empresas (46%), sendo 26% de doações de empresas mantenedoras para seus institutos e fundações;
- · 20% de recursos próprios das empresas empregados em seus projetos de investimento social.
- · Em segundo lugar estão os rendimentos de fundos patrimoniais (28%).
Outro dado relevante é que tão somente 6% (seis por cento) total do
investimento tem origem de recursos do poder público federal, estadual e /ou
municipal.
Tal informação é de grande relevância e ao mesmo tempo um alerta as ONGs
(OSCs), o investimento público é bem menor do que se pensava, e, portanto, será
cada vez mais disputado, ficando o alerta para que as ONGs (OSCs) busquem
outras fontes de recursos, e que diversifique suas fontes só assim terão a sua
efetiva Sustentabilidade.
Outros números apresentados:
Recursos doados para terceiros sobre o montante total investido
pelos associados:
·
29% em 2011;
·
25% em 2014;
·
21% em 2016.
Em valores absolutos de doações, em:
- · 2014 foram destinados aproximadamente R$ 895 milhões (incluindo recursos com incentivos fiscais);
- · 2016 foram doados cerca de R$ 595 milhões (incluindo recursos com incentivos fiscais).
Foi ainda apontado que as fundações americanas doaram R$ 151 milhões a Organizações da sociedade civil no Brasil
Questionados os associados da
GIFE sobre qual seria as tendências de apoio as OSC, incluindo apoio técnico e
doação, para os próximos 5 anos as respostas foram as seguintes:
- · 39% indicaram que não haverá uma variação significativa
- · 7% apontam para uma possível diminuição do apoio.
- · 39% delas planejam aumentar o apoio nos próximos anos.
Foram identificados como
limites regulatórios quanto a doação de pessoa física e a sustentabilidade
econômica da OSCs:
- Falta de incentivos fiscais para doação de pessoas físicas (26%)
- Falta de incentivos fiscais para doação de pessoas físicas destinada ao desenvolvimento institucional das organizações da sociedade civil (22%)
- Desconhecimento e dificuldades de utilização dos incentivos fiscais atualmente existentes (13%).
O principal entrave
identificado pelo Censo GIFE está relacionado à ausência de critérios uniformes
para o reconhecimento das isenções e das imunidades tributárias das OSCs no
Brasil.
Com relação atuação das ONGs
(OSCs), que as mesmas são de fundamental importância para a sociedade como um
todo não há o que se discutir, contudo a busca pela sua perenidade passa pela
sua efetiva Sustentabilidade, a qual exige dos dirigentes um planejamento de
ações que diversifiquem a suas fontes de renda.
É sabido que grande parte da
ONGs (OSCs), tem como sua principal fonte de renda o poder público federal, estadual ou municipal, e como
aqui ficou constatado tais recursos representam apenas 6% (seis por cento) total do investimento fica o alerta a
busca pela diversidade de recursos é Vital.
Como diz o Ditado Popular:
“Não se deve colocar todos ovos em uma única cesta”.
Fonte: Censo GIFE 2016.
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